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Relíquias encontradas no lixo viram objetos de exposição no RJ | Jornal Nacional

 

Fonte: Jornal Nacional

 

A população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro está ajudando a enriquecer o acervo de museus com relíquias tão surpreendentes que viraram objetos de exposição na Biblioteca Nacional. O mais curioso é que não foi uma iniciativa organizada, foi por acaso, como mostra a reportagem de André Trigueiro e Alex Carvalho.

O garimpo das relíquias começa aqui. O mais antigo projeto de coleta seletiva do país está completando 27 anos em um bairro em Niterói. Misturado aos recicláveis, pode se encontrar verdadeiros tesouros.

Para o local são levadas 20 toneladas de material reciclável por mês. Vai tudo misturado, mas parte desses resíduos é separada. Lá nasce a maior coleção de objetos raros do Brasil a partir do que é jogado fora pelas pessoas.

“Uma obra completa de Andersen. Isso é importante, mas é em inglês. Eu faço aqui só a primeira triagem, depois isso tem que ser pesquisado. O livro é pesquisado na internet ou com especialista”, diz o professor da UFRJ Emílio Engenheer.

De repente, aparece um antigo álbum de fotografias.

“Pode ter um interesse antropológico, há registros de tribos indígenas, certamente na África”, aponta Engenheer.

Apaixonado por coleta seletiva, o professor Emílio montou uma coleção de cinco mil livros e mil objetos raros na biblioteca da Universidade Federal Fluminense. Entre as curiosidades, as primeiras fotonovelas brasileiras.

“Ela é de extrema importância à universidade pela diversificação e pela qualidade do material”, afirma o bibliotecário Antonio Carlos Gusmão.

A riqueza do material chamou a atenção da mais importante biblioteca da América Latina.

A Biblioteca Nacional do Rio se rendeu às relíquias garimpadas da coleta seletiva em Niterói. Esta é a primeira vez que um acervo constituído de resíduos inspira uma exposição no local.

Entre as peças mais valiosas aparecem os primeiros selos postais do Brasil, da série olho de boi, e uma coleção de moedas antigas. Uma pequenininha é do século XIV. Cartões de visita que mostravam o rosto dos donos. Fotos e medalhas. Um dos livros é de 1578. Outro, ensina receitas culinárias do século XIX.

“O lixo já é muito rico hoje em dia. Imagina você achar um lixo de 200 anos, 100 anos é mais rico ainda, então a história não pode ser perdida”, ressaltou um homem.

“Nos faz refletir. Eu vou repensar agora antes de jogar qualquer coisa fora”, diz uma mulher.

 

André Trigueiro

 

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MAIS INFORMAÇÕES:

Resíduos & Memória
Local: 2º andar da Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219 – Centro – Rio de Janeiro – RJ)
Data: até janeiro de 2013.
Horário: Segunda a Sexta das 9h às 20h. Sáb. das 9h às 17h. Entrada Franca

Fonte: Blog da Biblioteca Nacional

 

 

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