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O jornalismo em tempos de crise

Lula não é o único que se queixa da imprensa. Temer, Aécio, Geddel, Cabral, Cunha, Jucá, entre outros (alguns mais enrolados do que outros) também se queixam. Dória (em SP) e Crivella (no RJ) já se estranharam várias vezes com jornalistas. No STF, Gilmar Mendes não perde a chance de alfinetar a imprensa. Os juízes Sérgio Moro e Marcelo Brêtas também não gostaram das reportagens que revelaram o pagamento de auxílio-moradia, embora ambos tenham casa própria.
 
Tudo isso pra dizer que hoje é o Dia da Imprensa, e jornalismo que não incomoda não contribui para a democracia. Quando um determinado veículo frustra expectativas, que se busque outra fonte de informação.
Há vários grupos de comunicação distribuídos por diversas plataformas com diferentes linhas editoriais e de cobertura. Que cada um busque a mídia que deseje.
 
Nenhum jornalista ou grupo de comunicação expressa a verdade absoluta. A pluralidade dos veículos garante o saudável exercício da busca da abordagem mais próxima da verdade, se isso de fato é possível.
 
Sim, somos falíveis. Erramos. Mas quando isso acontece, o certo é a retratação, o pedido de desculpas. Essa é a diferença que separa o bom jornalismo do fake news, que fomenta deliberadamente informações fraudulentas sem qualquer compromisso com a verdade.
 
Onde não há imprensa livre (China, Coréia do Norte, Cuba, Venezuela) a democracia perde. Onde há censura, todos perdem. Onde jornalistas no exercício da função são agredidos, comete-se o crime de lesa-sociedade.
 
Nunca é demais lembrar que esse texto expressa ideias próprias do responsável por essa página, sem qualquer alusão às empresas de comunicação onde trabalho. Quem estiver na bronca com alguma dessas empresas, não perca tempo postando aqui. Elas têm suas próprias páginas.
 
André Trigueiro

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