Relacionados

O que nos traz este Natal?

 

É nos momentos de crise (ou de múltiplas crises, como parece ser o caso) que a fé revela sua função mais nobre. Não a fé proselitista e sectária, que gera intolerância e patrulhamento. Falo da fé que, revestida ou desprovida de um cunho religioso, consegue revitalizar a esperança, nos colocar de pé novamente e, por que não? – acreditar num futuro melhor.

Em um país onde a maioria da população se diz cristã como o Brasil, é bastante provável que o nosso “cristianismo”, via de regra, seja o da conveniência, da religião de resultados, do “meu Jesus” que haverá de compreender as “minhas razões”, os “meus motivos”.

Subvertemos as premissas do Evangelho em favor de nossos interesses, e desbotamos a fé construindo trincheiras em lugar de pontes.

Que o Natal seja a oportunidade benfazeja do refazimento íntimo, do apaziguamento interior, do abraço e do sorriso generosos e acolhedores, do exercício corajoso do perdão, da lembrança (e esta é uma questão de fé) de que, apesar de tudo, Deus está no comando, e todos os problemas individuais ou coletivos são possivelmente convites à evolução.

Não há castigos, não há pragas, não é o fim do mundo. Perceber os problemas como desafios e não repetir os mesmos erros do passado fazem parte do aprendizado. A fé inspira, mas só uma nova atitude transforma a realidade. Um mundo melhor e mais justo para todos é algo possível, mas precisamos fazer mais e melhor. Essa é a minha cosmovisão. É com ela que celebrarei hoje à noite a memória do mensageiro da paz.

Feliz Natal e que venha 2016!

André Trigueiro

 

 

 

 

 

Mais vistos