Relacionados

Temer libera pulverização de veneno por aviões nas cidades

 

Fonte: Jornal Nacional

 

Especialistas em saúde pública estão fazendo um alerta sobre o risco de se lançar inseticida de aviões para combater o mosquito Aedes aegypti. Entrou em vigor uma nova lei que prevê essa medida.

Nova arma contra o mosquito Aedes aegypti: aviões que lançam agrotóxicos nas lavouras, agora estão autorizados a jogar inseticida sobre as cidades onde o número de casos de dengue, chikungunya e zika for considerado preocupante.

A nova lei sancionada pelo presidente em exercício Michel Temer prevê o uso de aeronaves mediante aprovação das autoridades sanitárias e da comprovação científica da eficácia da medida.

A lei contraria recomendação técnica do próprio Ministério da Saúde que apontou no mês de abril riscos para a população mais vulnerável para as águas, os alimentos e o desequilíbrio ecológico causado pela mortandade de outras espécies.

Várias associações e entidades ligadas à saúde pública se manifestaram contra a nova lei.

“A pulverização aérea nas cidades vai tornar todas essas pessoas expostas a quantidade de veneno que pode de fato desencadear doenças”, explica Karen Friedrich, toxicologista –Fiocruz.

O inseticida mais usado no Brasil para combater o mosquito Aedes aegypti é o malathion. Ele costuma ser pulverizado nos carros fumacê, em locais específicos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, há evidências de que o malathion causa câncer em animais, mas não se confirmou até o momento o mesmo efeito em seres humanos. Além disso, novas gerações de mosquitos já seriam mais resistentes ao veneno, obrigando o reforço da dose ou o uso de outras substâncias ainda mais tóxicas.

O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola diz que se baseia numa tecnologia internacional para aplicação do produto.

“Essa proposta nossa é a utilização dos equipamentos para maior rapidez e eficiência no controle do mosquito e utilizando produtos que sejam recomendados mundialmente”, destaca Julio Kämpf, presidente do SINDAG.

No lugar de aviões pulverizando inseticidas nas cidades, sanitaristas e profissionais de saúde defendem mais investimentos em saneamento básico, erradicação dos lixões e outras medidas de combate aos mosquitos sem riscos para a população.

“Está se prolongando a meta de atingir saneamento básico para toda a população brasileira para além de 2050. Isso é extremamente grave, que é uma medida resolutiva que poderia contribuir para o controle dessa doença e de muitas outras, e nesse caso sim, uma medida de uma política pública de promoção de justiça social”, diz André Burigo, sanitarista – Fiocruz.

O Ministério da Saúde declarou que o uso de aviões é o último recurso a ser adotado para eliminar o Aedes aegypti. E reforçou que a medida depende de aprovação das autoridades sanitárias.

 

VT do JN:

jn

………………………………………………………………………………………………………………………

Poucas horas depois da exibição desta reportagem, o colunista de política do G1 e da GloboNews, Gerson Camarotti, informou que Michel Temer poderá rever lei (sancionada por ele dias atrás) que permite uso de aviões no combate ao mosquito Aedes Aegypthi. O alerta dos especialistas foi justamente o assunto da reportagem que fiz hoje para o JN. Segue o texto da coluna do Camarotti:

“O presidente em exercício Michel Temer pode rever a lei que prevê o uso de aeronaves no combate ao mosquito Aedes aegypti. Ele chamou para uma conversa o ministro da Saúde, Ricardo Barros, para pedir esclarecimentos sobre os efeitos na população do lançamento de inseticidas pelos aviões.

Reportagem de André Trigueiro, no Jornal Nacional desta segunda (04), revelou que especialistas em saúde pública estão fazendo um alerta sobre o risco de se lançar inseticida de aviões para combater o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika.

A nova lei sancionada por Temer prevê o uso de aeronaves mediante aprovação das autoridades sanitárias e da comprovação científica da eficácia da medida. Segundo a reportagem, a lei contraria recomendação técnica do próprio Ministério da Saúde, que apontou em abril riscos para a população, para as águas e para os alimentos. Segundo a pasta, há risco de desequilíbrio ecológico causado pela morte de algumas espécies.

O inseticida mais usado no Brasil para combater o mosquito Aedes aegypti é o malathion. Ele costuma ser pulverizado nos carros fumacê, em locais específicos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, há evidências de que o malathion causa câncer em animais, mas não se confirmou até o momento o mesmo efeito em seres humanos.”

 

Vejamos no que isso vai dar…

http://g1.globo.com/politica/blog/blog-do-camarotti/post/temer-pode-rever-lei-que-permite-uso-de-avioes-no-combate-ao-aedes.html

 

 

André Trigueiro

 

 

 

 

Mais vistos