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Relações de sincronicidade entre o nosso país e a seleção (Artigo Exclusivo)

 

Por Gisela Santana, arquiteta, urbanista e doutora em Psicologia Social

Fonte: Artigo Exclusivo

 

Diante da trágica partida entre Brasil e Alemanha e do inexplicável placar de 7 x 1, todos buscam explicação para as causas objetivas do que aconteceu, e não conseguem identificar justificativas plausíveis para o “apagão” do time, para o “rombo” da defesa e dos motivos de o “Brasil” não ter organizado a “retranca”.

Entretanto, se buscarmos entender os fatos pela teoria da sincronicidade, de Carl Gustav Jung, cujos fatos são analisados e correlacionados pelo seu significado e não pela sua causalidade, somado a outra teoria do próprio Jung, a do inconsciente coletivo, onde afirma que comportamentos, sentimento e pensamentos não são totalmente controlados pelo “eu” e estariam baseados em fatores externos, influenciados no que é vivido pelo coletivo; emerge daí inúmeras correlações do que aconteceu com o time brasileiro e o momento social, político e econômico pelo qual o Brasil Nação vem passando!

Quando a Seleção Brasileira de Futebol foi escalada, sob os critérios definidos por uma equipe técnica, foi “eleito” um grupo dos melhores e mais promissores atletas para representar o país. Enquanto isso, o Brasil também vivia um momento marcante de sua história! O povo gritava “o gigante acordou” e, de alguma forma a mobilização social das ruas clamava por mudanças políticas,econômicas, na qualidade de vida e dos serviços públicos! O Brasil Nação buscava também uma nova “seleção” de decisões políticas e clamava por participação baseada na necessidade do povo e não nas decisões de uma “minoria” que está no poder.

Ao longo da copa, o povo brasileiro, ainda descrente, movido pelo crescente entusiasmo e pelas campanhas publicitárias foi ampliando sua atenção e depositando suas esperanças de vitória, somou-se a toda a representação social do país do futebol e, a torcida entrou em campo. Todos nós sabemos que o Brasil há décadas vem sendo considerado o país do futebol, e como tal a maioria do seu povo se envolve de corpo e alma neste contexto de torcida, de conversas, disputas e consumo de bens e souvenires de times e em tempos de copa, vestimos a camisa da seleção brasileira e “esquecemos” dos problemas sociais, econômicos e políticos, que nos fazem sofrer no dia-a-dia. Sentimentos opostos vividos em tempos de eleição e, terminamos por “esquecer” os políticos eleitos para “representar” nossos direitos e necessidades no dia-a-dia.

Porém, com a sucessão dos jogos, o sufoco com o Chile, a perda de duas lideranças técnicas e motivacionais do time: Neymar (o craque) e Tiago Silva (o capitão-líder da raça e da determinação) no jogo contra a Colômbia; conduziram a seleção a um cenário de soldados destroçados e imóveis diante das técnicas, táticas e do bem preparado time alemão. É aí que as sincronicidades aparecem com mais força!A sucessão de fatos construiu um novo “destino” da seleção brasileira: Brasília!Último jogo do Brasil na copa das copas! Locus do poder político brasileiro! Quis o “destino” nos lembrar de que o país também viverá neste mesmo ano as eleições presidenciais, que também definirão os “destinos” do povo brasileiro? E que precisamos dedicar tanta ou maior atenção a este momento a “seleção” dos políticos que governarão nosso país nos próximos quatro anos?

A análise do jogo contra os alemães segundo a teoria da sincronicidade poderá nos apontar diversos aspectos do inconsciente coletivo que pulsa, mas que não estão aparecendo nas notícias e que não são tratados com a devida importância pelos dirigentes da Nação.

Nos jogos contra o Chile e a Colômbia, vimos as “regras” não serem cumpridas pelos juízes, fatos que quase nos fizeram perder o jogo e tiraram de campo figuras importantes do nosso “time”. Qual a relação disso coma corrupção que enegrece a imagem verde e amarela?E com a saída do Joaquim Barbosa?

Qual a relação entre os operários mortos durante as construções dos estádios da copa e a exaltação e a crítica dos nossos “ídolos”? Que em menos de uma semana foram da glória à “sepultura” psicológica provocada pela derrota de 7×1?

Qual a relação entre o choro dos filhos destes funcionários mortos e o choro das crianças brasileiras com a perda de um sonho futuro?

Qual a relação entre as famílias de Natal, cujas casas estão escorregando morro abaixo e os sonhos do hexa que escorregaram entre os pés e as redes em menos de 6 minutos?

Qual a relação entre as famílias que estão se “afogando” no sul? E o que dizer do viaduto que desabou em Belo Horizonte, local onde aconteceu o fatídico jogo Brasil e Alemanha?

Qual a relação entre a falta de treino da seleção e a falta de “planejamento” tático e a falta de Planejamento das ações políticas dos nossos governantes e a falta de planejamento em nossas cidades?

Qual a relação entre a falta de ação diante do “fato consumado” dos 3, 4, 5… gols levados pela seleção e a improvisação, o jeitinho e os “fatos consumados” das inúmeras obras e decisões políticas da elite econômica e política do país que deixa o “povo brasileiro a ver navios”?

E o “rombo” das nossas defesas financeiras, ambientais, sociais, educacionais e da saúde pública, setores que vêm sendo destroçados e sucateados pela ganância e pelos “desvios” públicos desumanos?

A sincronicidade e o inconsciente coletivo talvez possam explicaras “coincidências” que fez o “destino” levar o último jogo da seleção brasileira para um jogo em BRASÍLIA!

Talvez, seja o lugar para onde os olhos do povo brasileiro precisarão olhar neste ano de eleições!

 

 

 

 

 

Postado por Daniela Kussama

 

 

 

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