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Pokémon Go: risco ou distração?

 

Não bastasse a realidade hostil que exige de nós atenção redobrada para enfrentar os enormes desafios da atualidade, espalha-se rapidamente pelo mundo a febre do “Pokémon Go”. Lançado até o momento nos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, vem batendo sucessivos recordes de downloads nesses países.

Crianças e adultos se divertem caçando monstrinhos que aparecem subitamente nas telas dos smartphones. O game usa o GPS dos equipamentos para inserir caprichosamente na paisagem “real” do usuário – vista da telinha do smartphone – 151 monstros virtuais que precisam ser capturados. Muitos dos que já jogaram “Pokémon Go” declararam-se sem constrangimento viciados no game. É arrebatador.

A hipnose coletiva determinada pelo novo vício expõe diferentes usuários a riscos de quedas, atropelamentos, assaltos (os usuários são facilmente abordados por assaltantes) e outros acidentes nas ruas.

É curiosa a nossa disposição em enfrentar com generoso emprego de tempo e energia esses monstros virtuais. Tempo e energia que andam faltando para o enfrentamento de alguns “monstros” reais que se locupletam exatamente do nosso desinteresse, da nossa apatia, da nossa letargia.

O estrondoso sucesso de “Pokémon Go” – sob o pretexto de nos divertir – agrava a distração, a dispersão, a alienação coletivas. É preciso baixar o aplicativo de uma nova atitude que interfira no mundo real, concreto.

O tempo vai passando. E as oportunidades de agir em favor de um mundo melhor e mais justo também.

 

André Trigueiro

 

 

 

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