Perdemos o direito de errar

 

Pra que serve o Dia Mundial do Meio Ambiente? Já reparou que todos os assuntos homenageados com um dia no calendário parecem marcados com o estigma de marginal ou desimportante (Dia do Índio, do Negro, da Mulher, etc)? Vira alívio na consciência. Pelo menos por um dia, resgata-se a urgência do debate e da mobilização.

Pra que serve um Ministério do Meio Ambiente em uma estrutura de governo onde a pasta (desidratada de recursos e de prestígio) mais parece uma ONG ambientalista na Esplanada dos Ministérios?

Pra que serve uma escola (a do seu filho é assim?) que aparentemente ensina tudo o que seja importante, mas ignora – ou omite – os efeitos da maior crise ambiental da História da Humanidade? Uma crise causada por nossos hábitos, comportamentos, estilos de vida e padrões de consumo. Sem preparar o cidadão do terceiro milênio para os imensos desafios que já enfrentamos, promove o analfabetismo ambiental.

Pra que serve uma universidade que não ajustou as grades curriculares e as ementas dos cursos em função desse gigantesco desafio civilizatório imposto por essa crise ambiental? Lança no mercado profissionais fora de seu tempo, desajustados e em dessintonia com a realidade sensorial das mudanças do clima, da escassez de água doce e limpa, da destruição sistemática da biodiversidade, da produção monumental de lixo, do consumismo desvairado, etc.

O último domingo foi um dia de luta e reflexão.
Mais do que nunca, transformar informação em atitude faz toda a diferença.
Exigimos outra educação, outras políticas públicas, outras visões empresariais, outros modelos de negócio, outras tecnologias.
Ou mudamos, ou pereceremos.
Simples assim.

 

André Trigueiro