“Toda minha obra é inspirada na Mata Atlântica”, disse certa vez Tom Jobim, que se estivesse entre nós completaria hoje 90 anos. Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim – que rivaliza com Heitor Villa-Lobos a condição de maior músico brasileiro de todos os tempos – era um estudioso da natureza. Lia livros sobre a fauna e a flora, gostava de passar as férias refugiado em São José do Vale do Rio Preto, na região serrana do Rio, bem perto do verde e do canto dos pássaros. Foi lá que compôs um de seus grandes sucessos, “Águas de Março”.
É extensa a lista de músicas de Tom inspiradas na natureza, como Passarim, Sabiá, Bôto, Água de Beber, Estrada do sol, Pra Sempre Verde, Marita Perê, Pato Preto, Vida bela (praia branca) entre outras obras.
A maior de todas as árvores amazônicas do Jardim Botânico do Rio recebia sempre o abraço do saudoso maestro toda vez que ele passava por lá. Foram tantos e longos abraços, que a direção da instituição homenageou Tom Jobim fixando uma placa em frente a árvore preferida dele.
“Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz”, disse ele.
Onde estiver, receba maestro a nossa gratidão.
E continue nos inspirando a proteger aquilo que você tão bem conhecia e exaltava em sua passagem pela Terra.
André Trigueiro