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Crise da água: filme de Fernando Meirelles mostra que Código Florestal agrava problema

 

Por Ricardo Anderáos

Fonte: Brasil Post

 

O novo Código Florestal deve agravar ainda mais a crise de abastecimento de água no Brasil, e por isso está sendo questionado no Supremo Tribunal Federal com apoio da comunidade científica. Essa é a linha narrativa do documentário produzido por Fernando Meirelles e intitulado “A Lei da Água (Novo Código Florestal)”, que tem pré-estréia neste domingo (31), às 17h, no auditório do Parque do Ibirapuera em São Pauilo, com entrada gratuita dentro da programação da Virada Sustentável.

Dirigido por André D´Elia, o documentário explica as polêmicas mudanças na lei que define o que deve ser preservado e pode ser desmatado nas propriedades rurais e cidades brasileiras. O principal argumento da produção é que a nova lei reduz a capacidade das florestas para proteger mananciais de água, já que diminui a área que deve ser protegida nas nascentes. Dematamentos ilegais feitos por mais de 29 milhões de proprietários rurais desde 1965, quando o antigo Código Florestal foi promulgado, acabaram sendo legalizadas pelo novo código sob título de “área rural consolidada”.

O documentário é lançado no momento em que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade contra a Lei 12.651, que revogou o Código Florestal de 1965 há mais de dois.

Realizado em 16 meses, se baseia em extensa pesquisa e 37 entrevistas realizadas no Rio, São Paulo, Pará, Mato Grosso, Paraná e Brasília. Cientistas, ruralistas e agricultores que acompanharam de perto a controversa tramitação da nova lei no Congresso opinam sobre seus impactos, além de ambientalistas que trazem perspectivas discordantes sobre o tema. Alguns dos entrevistados devem estar na pré-estreia.

O filme conta com depoimentos do senador e ex-governador Blairo Maggi (PR-MT), os deputados federais Ivan Valente (PSol-SP) e Ricardo Trípoli (PSDB-SP), a subprocuradora da República Sandra Cureau, o ambientalista Mário Mantovani, pesquisadores de instituições como a USP e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre outros.

O diretor D’Elia também é o autor de “Belo Monte, o anúncio de uma guerra”, já assistido por 45 mil pessoas nos cinemas e mais de 3 milhões de pessoas na internet. D´Elia e Meirelles também estarão na pré-estreia.

A obra é uma parceria do Instituto Socioambiental (ISA), Fundação SOS Mata AtlânticaInstituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e Bem-Te-Vi Diversidade. Após a exibição, haverá um bate-papo entre público, o diretor e representantes dessas organizações.

 

 

 

Postado por Daniela Kussama

 

 

 

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