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Sua kitnet projetada pelo MIT

 

Por Julio Lamas, jornalista

Fonte: Planeta Sustentável

 

 

2014-06-10_1438

Nas cidades,  as áreas de maior interesse comercial e social são disputadas intensamente todos os dias. Não é para menos, metade da população global vive nas metrópoles, que representam apenas  2% do território do planeta. E em busca de maior densidade nos centros urbanos (e um pouco de especulação imobiliária também), incorporadoras investem na construção de casas e apartamentos cada vez menores, seguindo tendências comprovadas no Brasil durante a última década.  Por exemplo, o número de solteiros (48%)  supera estatisticamente o de casados (39%), segundo a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios de 2011 do IBGE. Casais sem filhos, por sua vez, representam hoje 17,7% do total das uniões ante 13% no ano 2000.

E para ter o conforto de morar, trabalhar, estudar e ter lazer na mesma região, muitos abrem mão do espaço. Em cidades que de fato vivem uma crise de densidade, como São Paulo e Rio de Janeiro,os metros quadrados tendem a encarecer diante da alta demanda. Os moradores não encontram outra opção se não comprar ou alugar casas eapartamentos cada vez menores, que por uma questão de status deixaram de ser “kitnets” para serem chamadas de “studios” ou compactos pelo marketing das construtoras.  Para se ter ideia, um estudo realizado pela imobiliária Lopes mostra que 68% dos compradores na região metropolitana de São Paulo acreditam que unidades compactas são uma tendência consolidada do mercado.  Na mesma pesquisa, questionados se concordariam em comprar um apartamento menor, 58% dos entrevistados responderam que sim. Logo, é bem provável que no futuro apartamentos com não mais que 20 metros quadrados sejam a maioria das opções disponíveis dentro das cidades.

Para bem ou para o mal, começamos a nos acostumar com um estilo de vida mais próximo de países como o Japão e a China. A questão, sem dúvida, é abordada diretamente por designers no mundo inteiro preocupados em atender as exigências de conforto da vida moderna nestes espaços cada vez mais reduzidos. Mas o Massachusetts Institute of Technology (MIT) é provavelmente o detentor da resposta mais high-tech desenvolvida até agora para este problema: fazer mais com menos.

CityHome, projeto lançado neste mês  pelo MIT Lab Media, une em um mesmo móvel/caixa inteligente escritório, quarto, cozinha e sala de jantar. É mais fácil definir o conceito dele como algo parecido com um smartphone feito casa, ou mesmo uma “iHome” digna de palmas de qualquer Apple ou Samsung.

O mais interessante é a fluidez da usabilidade proposta. Cada um dos elementos que compõem o CityHome pode ser chamado conforme a vontade por gestos, toque ou controle de voz. Motores internos ejetam o “cômodo” desejado com a facilidade de uma porta automática e com apenas um movimento simples o módulo inteiro pode se expandir ou comprimir para liberar mais espaço no imóvel. Além disso, há vantagem de o sistema, por ser digital, permitir o download de aplicativos variados para controle doméstico.

A ideia segundo os criadores é disponibilizar o quanto antes o CityHome no mercado. “Ele funcionaria muito bem em cidades onde os mais jovens são pressionados a sair pelos altos preços do mercado. Por US$ 1.000,00 o metro quadrado em Boston, por exemplo, o custo extra pela tecnologia é trivial comparado ao espaço salvo por um apartamento mobiliado”, afirma Kent Larson, pesquisador-chefe do projeto do MIT Lab Media, um centro de excelência no desenvolvimento de soluções para as cidades do futuro.

 

 

 

Postado por Daniela Kussama

 

 

 

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