Fonte: Portal Aprendiz
Definitivamente não é um assunto fácil. E tampouco seria de se imaginar que alguém tão jovem fosse se tornar porta-voz dessa causa. Mas foi o que Fahma Mohamed, britânica de ascendência somaliana, fez na Inglaterra. O assunto? Mutilação genital feminina, prática que remove ou costura os órgãos sexuais das mulheres.
Atualmente, apesar de ilegal, a mutilação genital feminina afeta 66 mil mulheres na Inglaterra e 24 mil estão sob risco. No mundo, estima-se que 140 milhões de mulheres e crianças tenham sofrido este tipo de violência.
O esforço para lidar com este problema partiu de Fahma, 17, com a ajuda de alguns amigos e da ONG Integrate Bristol. A garota lançou o vídeo “Buckle Up” [Aperte o Cinto, em tradução livre], produzido pelo jornal inglês The Guardian, e uma campanha na plataforma change.org, pedindo que o Ministro de Educação escrevesse para todas escolas alertando os pais, professores e estudantes sobre o perigo da prática.
A petição online atingiu em pouco tempo 250 mil assinaturas e fez com que Michael Gove, ministro de Educação do Reino Unido, se declarasse sobre o tema e prometesse a distribuição de material educativo em todas as escolas do Reino Unido. A campanha chamou a atenção da também jovem ativista paquistanesa Malala Yousafzai. que a chamou de irmã e parceira na luta pelos direitos das mulheres.
Fahma, que afirmou sempre ter sido uma garota tímida acostumada a sentar no fundo da sala, revelou estar surpresa com a repercussão. E se disse contente de ter ajudado o chefe da pasta a pensar em políticas públicas para as meninas e mostrar que é possível falar de assuntos complicados com crianças de todas idades. A jornada de Fahma começou quando Lisa Zimmerman, professora de sua escola, percebeu que 11 de 12 garotas de um grupo que ela coordenava, passaram por mutilação genital.
A turma, que começou com quatro garotas nervosas escrevendo poesia, aumentou para 100 integrantes que se autodenominam “Liga das Defensoras de Mulheres”. “Senão nós, quem vai ter essa conversa? Essa campanha mostra para as escolas que não há problema em falar desse assunto. Sinto que vamos fazer diferença na vida de crianças que ainda nem nasceram. Precisamos seguir adiante”, afirmou Zimmerman ao The Guardian.
Cliquei aqui para conhecer a música que deu início a esse processo de empoderamento das meninas. (tradução do Portal Aprendiz)
Aperte o cinto
Você consegue sentir o trovão, o trovão em nossos pés?
Você consegue ver ele chamando, chamando o sonho?
Espero que você esteja pronto, pronto para essa guerra.
Que provará que não ficaremos em silêncio, não mais em silêncio
É hora.
Você consegue sentir o trovão, o trovão em nossos pés?
Você consegue ver ele chamando, chamando o sonho?
Espero que você esteja pronto, pronto para essa guerra.
Que provará que não seremos mais quebradas, não mais quebradas.
Que provará que não seremos mais quebradas,
Não mais quebradas.
Não seremos mais quebradas,
Não mais quebradas.
Você consegue ver que a maré está mudando? A mudança está a caminho.
Aperte os cintos, mantenha os pés firmes, estamos prontas para o dia.
É hora, é hora.
Postado por Daniela Kussama