Relacionados

Brasil foi o país que mais carbonizou a economia no último quinquênio: 2008-13

 

Por Sérgio Abranches, PhD, sociólogo, cientista político, analista político e escritor. Escreve sobre Ecopolítica. É comentarista da rádio CBN, onde mantém o boletim diário Ecopolítica. Autor de Copenhague: Antes e Depois, Civilização Brasileira, 2010, sobre a política global do clima; e de O Pelo Negro do Medo, romance, Record, 2012. Prêmio Jornalistas&Cia HSBC de Imprensa e Sustentabilidade: Personalidade do Ano em Sustentabilidade 2011. Prêmio Chico Mendes de Jornalismo Socioambiental 2013 (rádio).

Fonte: Ecopolítica

 

O Brasil está entre os cinco países que mais aumentaram a carbonização da economia entre 2012 e 2013 e no último quinquênio (2008-2013). No caso brasileiro, o crescimento da intensidade de carbono na economia se explica pelo maior uso de combustíveis fósseis (transportes urbanos e rodoviários) e uma matriz elétrica com maior participação de termelétricas a diesel e carvão.

O índice índice de economia de baixo carbono é resultado de  levantamento que a consultora PwC faz há seis anos. A carbonização da economia brasileira aumentou 5,5% entre 2012 e 2013. Foi o maior índice de crescimento entre os países estudados. O Brasil foi também o país no qual o índice de carbonização mais aumentou no quinquênio 2008-2013: 1,8%.Indica que que a carbonização se intensificou nos últimos 3 anos. A Alemanha apresentou o segundo maior índice de crescimento de da carbonização, 2,9%. O país que mais reduziu sua carbonização foi a Austrália, pelo segundo ano consecutivo: o índice australiano caiu 7,2% entre 2012 e 2013. A Inglaterra, Itália e China conseguiram reduzir sua carbonização entre 4% e 5%.

 

Índice de carbonização 

Clique na imagem para ampliar.

 

A consultora vê como um sinal positivo, o fato de que, pela primeira vez, as economias emergentes, as que mais emitem e que mostram maior tendência a crescimento das emissões, terem aumentado a carbonização a um ritmo menor que as economias avançadas. Especialmente no caso da China, Índia e Mexico que cortaram a intensidade de carbono de suas economias mais rápido do que as economias avançadas do EUA, Japão e União Europeia.

O problema é que a intensidade de carbono da economia global deveria cair 6,2% ao ano para alcançar a meta estabelecida em Copenhague, legalizada em Cancún e reiterada em Durban, nas COPs 15, 16 e 17. Mas elas aumentaram 1,2% de 2012 a 2013. “A brecha entre o que se está fazendo e o que deveríamos fazer está se alargando a cada ano”, disse o especialista da PwC, Jonathan Grant. Para ele, os governos estão se afastando cada vez mais da realidade que permitiria atingir a meta de 2o C de aquecimento médio máximo até o final do século. Esta a razão pela qual o estudo pergunta se estamos rumando inexoravelmente para os 4o C, um cenário bem mais tormentoso.

 

 

 

Postado por Daniela Kussama

 

 

 

Mais vistos