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Ofensiva americana para salvar os polinizadores

 

Por Regina Scharf mora em Portland, Oregon, considerada uma das cidades mais sustentáveis dos Estados Unidos. Sua cobertura de temas ambientais, iniciada em meados dos anos 80, rendeu prêmios como o Reuters-IUCN (América Latina) e o Ethos. Regina também escreve para o blog Deep Brazil.

Fonte: Página 22

 

A Casa Branca anunciou na última terça-feira um plano nacional para salvar sua população de abelhas e, por tabela, a agricultura dos Estados Unidos, dias após a divulgação de que os apicultores americanos perderam 42% de suas colônias no ano passado. A estimativa, a segunda pior já registrada no país, foi divulgada pelo Departamento de Agricultura dos EUA no dia 14 de maio.

A nova iniciativa visa tornar grandes extensões de terras federais, como as margens de rodovias, mais hospitaleiras para abelhas e outros polinizadores, como as também ameaçadas borboletas monarca, além de ampliar os gastos com pesquisa e discutir a possibilidade de impor uma redução no consumo nacional de herbicidas.

“Os insetos polinizadores  são essenciais para a economia nacional, a segurança alimentar e o meio ambiente”, declarou John Holdren, um dos principais assessores científicos do presidente, durante o anúncio. “Só a polinização por abelhas é responsável por mais de US$ 15 bilhões em colheitas agrícolas anuais no país”.

O governo americano está trabalhando em conjunto com os governos do México e do Canadá para criar corredores por onde estes insetos possam circular livremente, sem estar sujeitos à ameaça de agroquímicos e à expansão urbana ou agrícola, já que boa parte dos insetos a proteger tem rotas de migração que passam por esses países. As margens da rodovia federal Interstate 35, que vai do sul do Texas ao estado de Minnesota, na fronteira com o Canadá, corredor de migração de borboletas monarca, vai receber proteção especial. Essa iniciativa específica tem um orçamento de US$ 3,2 milhões, a ser administrado pelo Fish and Wildlife Service, encarregado da conservação de espécies nos Estados Unidos. Em linhas gerais, estas e outras áreas federais serão coalhadas de flores silvestres, para que os insetos tenham acesso a alimento durante os períodos frios e na fase de reprodução.

Os ambientalistas saudaram a iniciativa, mas criticaram o governo Obama por não restringir a produção e o uso de agroquímicos neonicotinóides, que vêm sendo associados à crescente mortandade de abelhas .

 

 

 

Postado por Daniela Kussama

 

 

 

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