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Por que​ devemos acompanhar com atenção a eleição nos EUA?

 

A meteórica ascensão de Donald Trump – que vai bem nas pesquisas e poderá ser o próximo presidente dos Estados Unidos – representa uma ameaça real à paz e à democracia dos Estados Unidos e do mundo. Já comentei aqui no face a retórica infame deste candidato racista, xenófobo, misógino, islamofóbico, que dissemina o ódio e a intolerância, e que se apresenta como a solução para os problemas americanos sem qualquer proposta objetiva, apenas pedindo que os eleitores confiem nele (“believe in me”) .

Incomodado com o risco desse topetudo arrogante – apoiado majoritariamente por americanos de cor branca sem nível superior – ganhar as eleições, acompanhei até a madrugada de hoje o penúltimo dia da Convenção do Partido Democrata pela CNN.

Se revezaram no palanque montado na Filadélfia para uma platéia de 20 mil pessoas – é realmente uma festa da democracia – Joe Biden (Vice de Obama), Tim Kaine (candidato a vice na chapa de Hillary Clinton), o ex-prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg (que se afirma como independente, nem democrata nem republicano) e o presidente Barak Obama.

Nenhum deles conseguiu superar o cativante pronunciamento da “primeira dama” (ela está muito acima desse rótulo) Michelle Obama, na véspera. Mas todos apontaram com precisão cirúrgica – cada qual a seu modo – o risco que Trump representa.

Tente assistir aos pronunciamentos na internet (entre 15 e 20 minutos cada um, exceto o de Obama, que foi além). É realmente constrangedor que o Partido Republicano dê guarida a alguém com o perfil de Trump. Hillary, por sua vez, encontra grande resistência entre os democratas mais jovens, ainda inebriados com a campanha de Bernie Sanders (que tenta a duras penas convencer seu eleitorado a apoiar Hillary).

Ao citar Trump em seu discurso, Obama interrompeu as vaias da claque dirigidas ao bilionário dizendo: “Não vaiem. Votem!”.

As eleições acontecem em novembro e o voto não é obrigatório. Na verdade, para quem compreende os riscos desta eleição, o voto é moralmente obrigatório.

É a vez de Hillary.

 

 

André Trigueiro

 

 

 

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