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A lista suja do trabalho escravo

 

Suspensa há quase dois anos, a lista suja do trabalho escravo foi finalmente publicada na noite de ontem no site do Ministério do Trabalho (link). São 68 empregadores flagrados no cometimento de um crime abominável.

O governo federal tentou adiar ao máximo a divulgação da lista, mas a crescente pressão dentro e fora do País falou mais alto. Até o Conselho de Direitos Humanos da ONU (Conectas) se manifestou essa semana afirmando que “essa é a primeira vez que o Executivo federal se alinha com os interesses dos setores corporativos que se beneficiam da suspensão do documento”.

A suspensão da publicação da lista suja do trabalho escravo foi determinada em 2014 pelo ministro do STF, Ricardo Lewandovsky, que atendeu ao pedido da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Curiosamente, dos 68 empreendedores que aparecem na lista suja, 10 (ou 14,7% do total) são empresas do ramo da construção.

O Ministério do Trabalho chegou a mudar algumas diretrizes para a publicação da lista – que foram aceitas pelo STF – mas nem assim ela era publicada. O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB/RS) consagrou boa parte de seu tempo à frente da pasta protelando a divulgação da lista. Ao que parece, as pressões chegaram ao limite, para o bem da sociedade e da Justiça. Confira os nomes e divulgue.

Ministério publica cadastro de empregadores que tenham submetido trabalhadores a condição análoga à de escravo

 

André Trigueiro

 

 

 

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