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Violência e Política

 

Foi flagrante a diferença de postura entre os candidatos à Prefeitura do Rio e de São Paulo no debate de ontem. O nível de agressividade entre os postulantes do Rio foi bem mais intenso, e o tempo reservado à apresentação de propostas muito menor. Fiquei com a impressão de que os candidatos de São Paulo foram mais cuidadosos nos ataques pessoais, dando preferência aos ataques às ideias do oponente. E isso faz toda diferença.

Num país onde 28 candidatos foram assassinados em campanha nos últimos 4 meses, o discurso beligerante contra quem pensa diferente vira faísca em paiol de pólvora. Candidato que tem proposta não precisa baixar o sarrafo gratuitamente sob o pretexto de se “diferenciar” do adversário. Até porque numa eleição em dois turnos, precisará fazer alianças com representantes de outros partidos para vencer na reta final.

Nos Estados Unidos, o mais irascível e preconceituoso candidato de todos os tempos à Presidência daquele país, o republicano Donald Trump, perdeu preciosos pontos na disputa eleitoral ao insistir no tom beligerante e agressivo contra a democrata Hillary Clinton. Faltaram argumentos e propostas consistentes para convencer os eleitores de que ele é a melhor opção.

Quem disputa eleição precisa dar o exemplo. Nenhum sistema político poderá funcionar onde a intolerância e o ódio forem estimulados por aqueles que nos representam. Eleição não é guerra. A democracia deve ser um projeto de paz. A política existe para aproximar os diferentes, construir o diálogo em beneficio do bem comum.

Domingo tem eleição.
Que possamos fazer o melhor dentro das nossas possibilidades.
Eleger e cobrar.
Vida que segue.

 

André Trigueiro

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