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​Afinal de contas, o que seria prioridade?

 

As prioridades definem quem somos, o que pensamos e o que sentimos. No Rio de Janeiro de hoje, algumas prioridades revelam distorções assustadoras.

Embora a lei assegure aos idosos atendimento prioritário nos meios de transporte, bancos, cinemas, clínicas, hospitais, supermercados, etc., aposentados e pensionistas do Estado do Rio (invariavelmente idosos) foram deixados por último na fila dos pagamentos.

A prioridade foi ignorada justamente onde ela se faz mais importante e urgente.

São 137 mil velhinhos discriminados no sagrado direito de, ao menos, subsistir. Foram punidos com a suspensão sumária de seus benefícios por um mês e meio. Tiveram de recorrer à Justiça para resgatar a lembrança do óbvio.

Pano rápido.
Vejamos outro absurdo por essas bandas.

Estamos a exatos 100 dias das Olimpíadas. Numa conta grosseira, o pacote de obras olímpicas (as instalações dos Jogos e demais intervenções espalhadas pelo Rio que a Prefeitura inseriu na lista do “legado”) totaliza quase 40 bilhões de reais. Ao todo, 350 construtoras e empreiteiras transformaram a cidade em um imenso canteiro de obras.

Mas as águas do Rio (Baía de Guanabara, Lagoa Rodrigo de Freitas e as lagoas da Barra da Tijuca e Jacarepaguá) continuarão poluídas. Embora a Prefeitura não responda diretamente pelo saneamento básico, o básico ficou de fora dos orçamentos estadual e federal.

A cidade ostentará novidades caras e sofisticadas emolduradas por águas contaminadas e fétidas.

Águas limpas.
Idosos respeitados.
O resto vem depois.

 

André Trigueiro

 

 

 

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