É assim que a Arábia Saudita quer independência do petróleo

 

Por Vanessa Barbosa, do Exame.com

Fonte: Exame.com

 

Arábia Saudita, maior produtor de petróleo no mundo, dá sinais claros de que uma grande reforma econômica está em curso. O país planeja lançar uma oferta pública inicial de ações da companhia petrolífera estatal, a Saudi Aramco, já no próximo ano.

Com a empreitada, o reino espera criar o maior fundo soberano do mundo, a ponto de não depender mais do ouro negro em 2035, disse Mohammed bin Salman, o segundo na linha de sucessão do trono, em entrevista à Bloomberg, nesta sexta-feira.

“O IPO da Aramco e a transferência de sua participação [para o Fundo de Investimento Público] vai tecnicamente fazer dos investimentos a fonte de receita do governo saudita”, disse o príncipe.

“O que resta agora é diversificar os investimentos. Então, dentro de 20 anos, seremos uma economia que não dependerá somente de petróleo “, ressaltou Salman, adiantando que, neste momento, o país planeja vender até 5 por cento de suas ações na petrolífera.

 

Novos tempos

Quase um século após a descoberta do primeiro campo de petróleo saudita, o filho de 30 anos de idade do rei Salman está totalmente dedicado a desviar o reino da rota dos combustíveis fósseis no futuro.

O intuíto é catalisado pela queda dos preços do petróleo no mercado mundial, que vive um quadro de excesso de oferta, atualmente estimado em 1 milhão de barris por dia.

O colapso nos preços deixam lacunas terríveis nos gastos do governo saudita assim como no de outros exportadores. Disposta a mudar esse quadro, a Arábia Saudita propôs investir pesado em outros setores como a mineração, finanças e turismo até 2030.

Esta abordagem foi prenunciada no documento de intenções de redução de emissões de gases efeito estufa, vilões do aquecimento global, que o país enviou à ONU, em novembro passado, por ocasião da reunião do clima COP21.

Recurso não será um problema para a Arábia Saudita. O fundo soberano planejado é estimado em pelo menos US$ 2 trilhões, superior aos fundos soberanos de outros gigantes do petróleo, como a Noruega e Emirados Árabes.

 

 

 

Postado por Daniela Kussama