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“Velho Chico” denuncia o uso abusivo de agrotóxico no Brasil

 

Pela primeira vez uma novela da Globo denuncia abertamente o uso abusivo de agrotóxicos no Brasil. Foi no capítulo desta terça-feira da novela “Velho Chico”. A personagem Teresa (interpretada por Camila Pitanga) flagrou uma máquina pulverizando uma nuvem de veneno sobre uma gigantesca plantação de manga na fazenda da família, no interior da Bahia. Ela pega uma fruta e leva imediatamente para seu pai, o Coronel Afrânio (interpretado por Antonio Fagundes).

“Isso aqui é veneno e tem uma série de procedimentos e normas que tem que ser cumpridos, Coronel”. O comentário irrita o latifundiário, que ainda foi desafiado pela filha a comer a manga úmida de veneno que ela trouxera da plantação. “Eu não planto para comer, eu planto para vender”, disse o arrogante empresário rural. Ela então eleva o tom de voz para dizer que se recusa a entregar aquelas frutas para os clientes. Segue-se uma discussão acalorada, que deverá apimentar os próximos capítulos do folhetim.

O diálogo reproduz em poucos minutos um dos mais graves problemas ambientais do Brasil, país campeão mundial de agrotóxico onde o uso indiscriminado de veneno nas lavouras (alguns dos quais proibidos pela Anvisa) sem fiscalização adequada, assegura lucros exorbitantes para o setor químico e produtores inescrupulosos, como o Coronel Afrânio.

Há duas semanas gravei um depoimento (junto com o Marcos Palmeira, que representa um capataz do Coronel Afrânio na novela, e que na vida real é um produtor bem sucedido de orgânicos) sobre uma parceria do núcleo responsável por “Velho Chico” com a ONG Conservação Internacional. O objetivo da parceria – inédita na TV – é aproveitar a obra de ficção para denunciar aspectos sombrios de uma realidade hostil para a saúde pública e o meio ambiente.

É bem-vinda a parceria e seus frutos.
Sem agrotóxico.

 

André Trigueiro

 

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