Há um jeito certo de reportar a crise ambiental?

 

Quem trabalha como jornalista ou comunicador na área ambiental sabe – ou devia saber – da importância de reportamos os terríveis fatos que aludem à maior crise ambiental da História da Humanidade com o devido discernimento e equilíbrio.

Por mais grave que seja a situação (e creiam, é grave mesmo), é irresponsável trombetear o “fim do mundo” quando tantos se esmeram em buscar alternativas à crise climática, à crise hídrica, à destruição da biodiversidade, ao consumismo, à alienação e à dispersão que nos afastam da realidade objetiva de um planeta onde os ecossistemas podem colapsar se não corrigirmos o rumo.

Tão importante quanto denunciar o risco do ecocídio é evitar a apologia do caos. Tão urgente quanto apontar as causas de uma possível tragédia em escala global é renunciar ao catastrofismo barato.

A esperança é o combustível da vida. Onde a comunicação conseguir despertar o desejo de mudar, de fazer diferente, de unir forças em favor de um mundo mais sustentável, a missão estará sendo cumprida.

Não basta denunciar o que está errado. É preciso sinalizar rumo e perspectiva. Onde não houver inspiração para mudança, as coisas não mudam.

O medo paralisa. A inspiração motiva.

A situação tá difícil. Mas tem jeito.

 

André Trigueiro