A urgência de um natal solidário

 

Cada um celebra (ou não) o Natal da forma que bem entender. Mas acho importante lembrar que diante dos efeitos acachapantes da pior crise econômica da história do Brasil, com 3 Estados (RJ, MG e RS) decretando calamidade pública, 12 milhões de desempregados e muitos brasileiros literalmente no sufoco, há motivos suficientes para pensarmos num Natal diferente.

Ele se resume a um princípio simples: quem tiver algum recurso sobrando, ajude a quem precisa. Pessoas físicas (amigos, colegas ou estranhos que estejam endividados, passando dificuldades, sem recursos para a própria subsistência) ou pessoas jurídicas (é assustadora a quantidade de organizações voluntárias que estão fechando as portas por falta de doadores).

Poderia dar aqui algumas opções, mas tenho a certeza de que basta olhar à volta para que cada um perceba excelentes oportunidades de doar algum dinheiro, alimentos, remédios, fraldas, ou “apenas” um gesto solidário, uma palavra amiga, doação de tempo em alguma atividade voluntária na limpeza, na cozinha, onde for…

É perfeitamente possível um Natal com eventualmente menos (ou nenhum) presente material, mas com muito conforto, amparo e presença amorosa. Um Natal com menos (ou nenhuma) luz piscante importada da China e mais luz espiritual irradiando ondas de amor sincero e fraterno. Um Natal onde o espírito coletivo se manifeste através de pequenos (ou grandes) gestos solidários, que façam toda a diferença para quem precisa.

Na festa de Natal onde estarei, o combinado é que não haverá presentes. Ninguém terá outra preocupação senão compartilhar amizade, afeto e carinho. De minha parte, procuro realizar em minha vida pessoal aquilo que defendo nessas linhas.

Parece simples. E é. Basta querer.

 

 

André Trigueiro