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Mariana, 2 anos depois

Um percurso pelo Rio Doce, da nascente até a foz, mostra os impactos em três municípios e nas milhares de vidas afetados pela lama que vazou da barragem de Fundão, em Mariana, que pertence à mineradora Samarco. Quase dois anos depois do maior desastre ambiental do Brasil, os repórteres Francisco Regueira, Júlia Garcia e Alberto Fernandez encontram moradores que tiveram a vida destruída pela lama e ainda lutam para receber seus direitos. Mas as consequências vão além: deslocados de suas casas e terras na roça para a cidade, ainda sofrem com desemprego e preconceito nas comunidades onde vivem agora. As lavouras já não produzem como antes, a pesca continua comprometida nos lugares onde a lama  se depositou com toda a carga de rejeitos de minérios, e o dinheiro que os pescadores recebem mal dá para o sustento. Estudos de universidades apontam que há  sedimentos depositados até quarenta metros de profundidade. Os Krenak são um povo indígena que habita as margens do Rio Doce desde o início do século XX. Eles também tiveram que alterar seu modo de vida e sentem as consequências, com aumento nos problemas de saúde. Em Gesteira, uma das cidades mais atingidas pela lama, não há água para o consumo em casa e mesmo medidas simples, como a construção de poços artesianos para reforçar o abastecimento, não estão ligados ao sistema. E o processo criminal para punir os responsáveis pelo desastre está suspenso.

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