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Da caverna para o mundo

Foto/Reprodução Facebook

Eles poderiam morrer afogados a qualquer momento em uma caverna escura e úmida da Tailândia. É o que apontavam a razão e a lógica. “Jamais houve uma situação parecida”, diziam uns. “Não há solução possível”, diziam outros. Por alguns dias a Tailândia virou o centro nervoso de uma intensa corrente de fé em favor dos 12 “javalis” e de seu técnico. Isolados num buraco sem luz solar, tremendo de frio, sem oxigênio suficiente, sem água potável ou alimentos que dessem conta, eles suportaram toda sorte de adversidades físicas, psicológicas e emocionais. Se dentro da caverna, todos experimentaram os próprios limites da forma mais dramática possível, do lado de fora uma impressionante onda de solidariedade varreu o planeta, rivalizando em interesse com a própria Copa do Mundo.

Todos acompanhamos aflitos cada etapa de uma operação arriscada, que chegou a provocar a morte de um mergulhador experiente. O técnico dos garotos, que num primeiro momento foi apontado como o vilão da história, deixou de se alimentar para que eles tivessem o que comer por mais de 2 semanas. Monge budista iniciado nas artes da meditação, o único adulto do grupo compartilhou tudo a seu alcance para renovar o estoque de esperança na escuridão. Muitos dirão que o o salvamento de todos eles foi um golpe de sorte. Os que endereçaram à Tailândia suas preces mais sinceras não vêem dessa forma. O fato é que o mundo ficou mais solidário e gentil nos últimos dias. Que possamos nos sentir mais próximos uns dos outros, mais disponíveis para nos ajudar mutuamente, sem novos resgates espetaculares.

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